Falar sobre masturbação feminina ainda causa curiosidade, desperta dúvidas e, não raramente, esbarra em tabus persistentes. Mas, em tempos de mais liberdade sexual e espaços de troca de experiências, uma pergunta específica tem ganhado destaque em redes sociais e conversas entre mulheres: você se masturba com as pernas abertas ou fechadas? Esse questionamento, que à primeira vista pode parecer apenas uma curiosidade trivial, revela um universo rico de descobertas sobre prazer, autoconhecimento e liberdade. Explorar diferentes formas de estimular o corpo é uma jornada de empoderamento, na qual cada mulher encontra o seu próprio caminho para o orgasmo – uma trilha única, repleta de nuances e sensações.
Diversidade de Técnicas e Preferências
Não há manual ou “receita de bolo” quando o assunto é masturbação. O que funciona para uma mulher pode não trazer o mesmo resultado para outra, e está tudo bem. O prazer é uma experiência profundamente individual, moldada por uma infinidade de fatores — desde a anatomia até as vivências emocionais.
Relatos em redes sociais e conversas entre amigas apontam para uma grande variedade de técnicas: algumas mulheres se sentem mais confortáveis com as pernas fechadas, outras preferem abri-las, cruzá-las ou até mesmo se esfregar em objetos como travesseiros, lençóis ou almofadas. Uma leitora compartilhou: “Tenho um método inconsciente de me masturbar, que é deixando as pernas coladas. A sensação do gozo vem mais rápido. Se eu deixar as pernas abertas, não consigo ter muito êxito no orgasmo.” Esse tipo de depoimento ilustra como pequenas variações de posição podem mudar completamente a experiência.
A técnica de cruzar as pernas, por exemplo, ganhou destaque em uma matéria da Universa/UOL, que explora como a pressão proporcionada por essa posição pode intensificar o prazer sem o uso das mãos, oferecendo uma forma discreta e eficiente de estimulação clitoriana (Universa/UOL, 2024).
O importante é que cada mulher se permita experimentar, sem culpa ou pressa, até descobrir aquilo que faz sentido para o seu corpo. O autoconhecimento, nesse contexto, é fonte de segurança e liberdade: quanto mais você explora, mais aprende sobre si mesma.
Clitóris — O Protagonista da Sensibilidade Feminina
No coração da experiência de prazer feminina está o clitóris. Pequeno no tamanho, mas gigante no potencial, esse órgão concentra cerca de 8 mil terminações nervosas, tornando-se o ponto mais sensível do corpo da mulher (Universa/UOL, 2024). Por isso, não é surpreendente que a forma como ele é estimulado faça tanta diferença durante a masturbação.
Quando as pernas estão fechadas, a pressão exercida pode aumentar a intensidade da sensação no clitóris, muitas vezes acelerando o caminho até o orgasmo. Esse tipo de estímulo pode ser feito com ou sem as mãos, com o auxílio de objetos ou mesmo apenas contraindo os músculos das coxas. É um método que muitas mulheres descobriram ainda na infância, ao esfregar-se levemente em almofadas ou no próprio colchão, sem necessariamente entender o que estavam fazendo — apenas seguindo o instinto do prazer.
Por outro lado, abrir as pernas oferece outras possibilidades. A posição facilita o acesso ao clitóris para a estimulação manual ou com brinquedos, além de permitir diferentes ângulos e intensidades de toque. Vibradores, bullets ou massageadores podem ser usados com mais liberdade, proporcionando uma variedade de sensações que vão desde o toque suave até vibrações mais intensas.
A escolha entre pernas abertas ou fechadas, portanto, não é apenas uma questão de preferência, mas de experimentar diferentes formas de contato, pressão e ritmo, sempre respeitando o próprio corpo.
Posições Sexuais e Orgasmo Feminino
O prazer feminino é multifacetado, e as posições – seja na masturbação, seja durante o sexo – têm papel fundamental nessa experiência. Um estudo publicado em 2022 revelou que a posição “papai e mamãe” é considerada uma das mais eficazes para o orgasmo feminino, principalmente porque facilita a estimulação do clitóris (O Globo, 2022). Esse dado reforça a importância de priorizar o conforto e a proximidade entre corpos, ampliando as chances de prazer mútuo.
Durante a masturbação, experimentar diferentes posições pode ser revelador. Deitada de lado, de barriga para baixo, sentada, com as pernas abertas, fechadas ou cruzadas: cada variação proporciona um tipo de pressão, ângulo e intensidade de estímulo. O segredo está em perceber como o próprio corpo responde – e isso só se descobre com tentativa e erro, sem pressa ou cobranças.
Um guia publicado pela Universa/UOL indica que, para atingir o prazer máximo, vale priorizar sempre o conforto e a estimulação direta ao clitóris (Universa/UOL, 2025). O uso de acessórios, como almofadas, pode ajudar a encontrar o ângulo ideal e intensificar as sensações. Vale também explorar a combinação de diferentes estímulos: toque, pressão, vibração e até a imaginação, que tem papel fundamental no prazer sexual.
A posição mais prazerosa não é, necessariamente, a mais comum ou aquela apresentada em filmes ou séries. Cada mulher tem sua própria anatomia, desejos e repertório de sensações. O importante é dar-se o direito de experimentar e assumir o protagonismo do próprio prazer.
Benefícios e Limites da Masturbação
Masturbação é, antes de tudo, um ato saudável e profundamente ligado ao autoconhecimento. Diversos estudos associam o hábito ao alívio do estresse, melhora no sono, aumento da autoestima e até fortalecimento do sistema imunológico. Ao se tocar, a mulher aprende sobre seu corpo, descobre zonas erógenas e identifica o que realmente lhe dá prazer — informações valiosas também para a vida a dois.
“Explorar diferentes formas de prazer é fundamental para o autoconhecimento, mas o excesso pode ser prejudicial quando começa a interferir em outras áreas da vida”, alerta a sexóloga Ana Canosa. O risco maior está na dependência: quando a masturbação passa a ser a única fonte de prazer, ou quando o uso excessivo de pornografia se torna compulsivo, há impacto negativo na vida sexual, nas relações afetivas e no bem-estar emocional (G1, 2023).
Especialistas recomendam variar as técnicas, evitando criar uma “fórmula mágica” única para chegar ao orgasmo. Ao alternar posições, ritmos e tipos de estímulo, o cérebro aprende a lidar com novidades e mantém a resposta sexual sempre viva. Isso vale tanto para quem se masturba quanto para quem busca prazer com outra pessoa.
Dicas Práticas para Potencializar o Prazer
A sexualidade é uma experiência sensorial completa, que envolve corpo, mente e emoções. Algumas dicas simples podem ajudar a tornar a masturbação feminina ainda mais prazerosa, abrindo espaço para novas descobertas:
- Relaxe e estimule a mente: Comece o momento tirando um tempo para si, criando um ambiente confortável e silencioso. Pensar em fantasias, experiências excitantes ou usar a imaginação estimula a circulação sanguínea e aumenta a excitação — dica de especialistas em sexualidade.
- Explore diferentes posições: Teste masturbar-se com as pernas abertas, fechadas, cruzadas, deitada de lado ou sentada. Sinta como cada posição modifica o tipo de pressão no clitóris e descubra qual delas faz seu corpo vibrar mais.
- Use lubrificantes: Um bom lubrificante pode aumentar o conforto, facilitar o deslizamento dos dedos ou brinquedos e intensificar as sensações. Explore diferentes texturas e temperaturas, se desejar.
- Dê atenção ao clitóris, mas não só a ele: Apesar de ser o protagonista do prazer feminino, outras áreas podem ser fonte de excitação: seios, mamilos, parte interna das coxas, períneo. O toque exploratório, sem pressa, é uma ótima maneira de diversificar os estímulos.
- Permita-se experimentar acessórios: Vibradores, bullets, massageadores e outros brinquedos sexuais podem ampliar as possibilidades de prazer. Escolha modelos feitos para estimulação clitoriana ou explore diferentes formatos até encontrar o seu favorito.
- Respeite seus limites: Não há regra sobre frequência, duração ou intensidade. O importante é que o momento seja prazeroso, sem culpa ou cobranças. Se sentir dor, desconforto ou perceber que a masturbação está atrapalhando outras áreas da vida, vale procurar orientação de um profissional especializado.
- Alterne técnicas e fantasias: Para evitar condicionamentos, varie o tipo de toque, ritmo, pressão e até mesmo as fantasias mentais. Isso ajuda a manter o desejo vivo e a resposta sexual saudável.
O Prazer Como Caminho de Autoconhecimento
No fim das contas, não existe certo ou errado quando o assunto é masturbação feminina. Seja de pernas abertas, fechadas, cruzadas ou em qualquer outra posição, o mais importante é ouvir o próprio corpo, respeitar seus limites e se permitir descobrir. O autoconhecimento sexual é uma ferramenta poderosa de empoderamento e bem-estar, capaz de transformar não só a relação consigo mesma, mas também com o outro.
Falar abertamente sobre prazer, compartilhar experiências e trocar dicas com respeito e curiosidade são formas de quebrar tabus e fortalecer a autonomia feminina. Cada mulher é única e seu prazer também deve ser. Ao experimentar, explorar e se permitir novas sensações, você assume o controle da própria sexualidade e amplia as possibilidades de felicidade.
O convite está feito: reserve um tempo para si, descubra novas formas de prazer e celebre cada conquista íntima, por menor que pareça. Afinal, a liberdade de viver o próprio desejo é, também, uma forma de autocuidado e amor-próprio.
Referências:
– Sem usar as mãos: técnica estimula o orgasmo feminino cruzando as pernas — Universa/UOL, 2024
– Novo estudo identifica posição sexual mais eficaz para o orgasmo feminino — O Globo, 2022
– Quer gozar? Estas 10 posições podem te ajudar bastante na hora do sexo — Universa/UOL, 2025
– Vício em masturbação? Síndrome do punho de ferro? Saiba quando o ato pode afetar a vida sexual — G1, 2023
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